Em 29, 30 e 31 de maio, a vila de Salir recebe mais uma edição da tradicional Festa da Espiga, onde para além das atividades culturais, espetáculos musicais ou gastronomia, tem no desfile etnográfico o seu momento alto. O programa divide-se em três momentos: Noite da Espiga (quinta-feira), Noite Popular (sexta-feira) e Noite Jovem (sábado).
Na Quinta-Feira da Espiga, 29 de maio, o dia arranca com um Passeio de BTT (9h00) e Passeio Pedestre (9h30).
A abertura do espaço de Tasquinhas – Manjares e Petiscos está marcada para as 13h00, e às 14h00 será possível visitar a Exposição de Produtos Regionais. Estas iniciativas prolongam-se durante os três dias de festejos, permitindo que o visitante possa apreciar os verdadeiros sabores da serra algarvia.
Pelas 15h00, tem início o desfile etnográfico que constitui o principal cartaz turístico da Festa. Na rua principal da vila, vai estar representada toda a atividade agrícola e artesanal da freguesia, em parte que se encontra em vias de extinção, desde as sementeiras, mondas, ceifas, debulhas, fabricação de pão, apanha do medronho e destilação, apicultura e extração de cortiça, o varejo do figo, amêndoa e alfarroba, artesanato de linho, lã, palma, esparto, cestaria de verga. Tudo “ao vivo e a cores”.
Para além disso, neste quadro rural, haverá ainda a exibição de “poetas” populares declamando os seus poemas ou quadras feitos de improviso ou preparados, em registo de mensagem em tom de brincadeira às entidades governativas presentes, para pedir ou agradecer as obras feitas na terra.
O Rancho Folclórico “As Mondadeiras das Barrosas” e o Grupo Etnográfico da Serra do Caldeirão completam o desfile, com uma atuação às 18h30.
Segue-se a música popular com o espetáculo do grupo “… E Viva a Música” (19h30), baile tradicional com Fábio Lagarto (21h00) e atuação dos Minhotos Marotos (23h00) que irão continuar o baile.
Na sexta-feira, a tarde é dedicada à população idosa, naquela que é uma das freguesias mais envelhecidas do Concelho. A partir das 14h30 arranca esta tarde sénior com diversas atividades, entre as quais um baile tradicional e lanche.
A noite é animada pelo baile tradicional com o Grupo Bailasons, Miguel Camões Mations e Hermanas Romero e o artista popular oriundo desta freguesia, Gil Rosa.
No encerramento da Festa da Espiga, o dia é dirigido aos mais novos, com mais uma edição da Tarde das Espiguinhas, a partir das 14h00, jogos infantis, um lanche para as crianças e o desfile “Miss e Mister Espiga”.
A partir das 21h00, Gonçalo Tardão vai animar o baile tradicional e, pelas 23h00, sobe ao palco o cabeça-de-cartaz da festa: Freddy Locks, um dos mais importantes nomes do reggae nacional.
O evento encerra ao som dos DJ Drumsprojx by Sylva Drum, a partir das 01h00.
Recorde-se que o Dia da Espiga é comemorado sobretudo no Sul do País e marca, de certa forma, o início da época das colheitas. É tradição neste dia as pessoas irem para os campos apanhar a espiga de trigo e outras flores silvestres, fazendo ramos simbólicos da fecundidade da terra e da alegria de viver; algumas espigas, geralmente de trigo, simbolizam a abundância, as papoilas, rosas, margaridas e malmequeres a beleza e o ramo de oliveira a paz. Este ramo, em número de combinações variáveis conforme as localidades, pendura-se dentro de casa e aí se conserva durante um ano, até ser substituído pela “espiga” do ano seguinte.
Crê-se que este costume tenha as suas raízes num antigo ritual cristão que consistia na bênção dos primeiros frutos, mas as suas características fazem-no adivinhar origens mais remotas, muito provavelmente em antigas tradições pagãs associadas às festas em honra da deusa Flora que ocorriam por esta altura.