A 16 de novembro 2013, pelas 16h00, o Cine-Teatro Louletano vai ser palco de uma homenagem ao maior poeta popular português – António Aleixo – no dia em que se assinala o 64º aniversário da sua morte.
Esta iniciativa tem início com a apresentação da comunicação “Os Manuscritos da Poesia de António Aleixo: Subsídios para a sua edição crítica”, apresentada pelo Professor da Universidade do Algarve, J. J. Dias Marques.
Segue-se o espetáculo musical “Fado Aleixo”, com Afonso Dias e as colaborações de Teresa Viola, Tânia Silva, Marinela St. Aubyn, Adriano St. Aubyn e Ricardo Martins.
“Fado Aleixo” é um tributo ao mais criativo e sagaz dos poetas algarvios. Talvez o mais moderno e, seguramente, o mais interventivo socialmente. Foi António Aleixo que elevou a voz do povo às alturas de uma arte maior e foi essa arte que o impôs como figura superior da cultura portuguesa. “Fado Aleixo” traz o poeta Aleixo de regresso ao Fado Tradicional que ele mesmo cantava. Porque Aleixo cantava o Fado. E tocava Guitarra portuguesa.
O Fado é, neste trabalho, sujeito a alguns “atrevimentos”. Desde logo o recurso a instrumentos pouco habituais: piano, fagote, acordeão, percussões, cavaquinho… Mas também os arranjos que levam o Fado de volta a territórios que influenciou e o influenciaram musicalmente – em África, no Brasil, nas Caraíbas… Um Fado de percursos e fusões. Porque o Fado é um viandante e um vadio. Que se mistura e se acrescenta com as viagens.
Para os promotores deste evento, esta é “a homenagem justa e devida ao Poeta que elevou a voz do Povo às alturas de uma arte maior”.
O preço dos bilhetes para este espetáculo é de 6 euros.
António Fernandes Aleixo (Vila Real de Santo António, 18 de fevereiro de 1899 — Loulé, 16 de novembro de 1949) foi um dos poetas populares algarvios de maior relevo, famoso pela sua ironia e pela crítica social sempre presente nos seus versos. Também é recordado por ter sido simples, humilde e semianalfabeto, e ainda assim ter deixado como legado uma obra poética singular no panorama literário português da primeira metade do século XX.
António Aleixo andou nas lides do campo, foi tecelão, soldado, polícia, vendedor de cautelas e gravatas e emigrante em França, no entanto tornou-se conhecido no meio social como poeta. O professor Joaquim Magalhães viria a ser seu “secretário”, reunindo, mais tarde, em livro as suas quadras populares, de uma grande profundidade filosófica e, hoje, cantadas por grandes intérpretes da música portuguesa ou recordadas em recitais de poesia.
O poeta António Aleixo era conhecido pelas suas quadras repentinas, caracterizadas pela crítica social e pelo retrato de certas situações que observava no seu quotidiano. O Café Calcinha é indissociável da sua obra e hoje junto à esplanada ergue-se uma estátua de homenagem ao poeta, da autoria de mestre Lagoa Henriques, fazendo-nos lembrar o “Pessoa de Loulé”.
Estão publicadas as seguintes obras da sua autoria: “Quando começo a cantar” (1943), “Intencionais” (1945), “Auto da vida e da morte” (1948), e publicadas postumamente, “Auto do curandeiro” (1950), “Auto do Ti Jaquim” (incompleto), “Este livro que vos deixo” (1969) – reunião de toda a obra do poeta e “Inéditos” (1979).